E aí a gente pensa um dia que quer ser mãe. Na verdade, acho que a gente não pensa nada.
Tem um trocinho dentro do corpo da gente, que nenhuma ressonância ou tomografia pode localizar, que chama relógio biológico... um dia ele liga o despertador e a gente não acha o botão de desliga.
Daí que aos 24, 25 anos o meu despertador tocou. E eu andava por aí com o amor (namorado na época, hoje marido) falando: quero um nenê desse... E ele ria, e falava para esperar.
Um dia eu falei: se eu não tiver o primeiro filho antes dos 30, não vou ter mais. Não quero ser avó dos meus filhos.
Acho que aí o despertador dele tocou também.
Ano passado juntamos os trapos e passamos a morar na mesma casa. E programamos para maio desse ano a encomenda à cegonha. Cegonha boa que é, não falha nunca. Em maio estávamos grávidos.
Mas voltando aos tempos antigos (meus) e aos pensamentos que até hoje me ocorrem quando eu assisto ao noticiário, eu acho meio doideira essa coisa de querer ter filhos.
Ter mesmo... carregar na barriga, parir, dar o peito, ensinar...
É ou não é doideira?
O mundo cada vez mais caótico, cada vez mais violento e tal... e eu nunca tinha pensado numa resposta para o que nos faz querer, ainda assim, um (ou mais) sangue do nosso sangue.
Aí hoje eu conheci um blog delicioso... e num post, Giovana conta como concluiu que teria quantos filhos pudesse.
E então eu entendi, que mesmo que não houvesse explicação expressa, eu tinha chegado à mesma conclusão.
Se o mundo tá caótico, é porque as pessoas erradas têm mais filhos que as pessoas certas.
Casais que não se respeitam, pais que não sabem educar, pais que não criam - abandonam seus filhos a Deus dará - e tantas outras influências familiares negativas são maiores que as boas.
Então, seguindo o pensamento que eu tenho - de que filhos são um elo que une marido e mulher pro resto da vida, mesmo que o casamento não dure, mesmo que o casamento expresso em papel e igreja não exista, mesmo que pai e mãe não sejam nada um do outro -, bons casais só podem gerar bons filhos. E quando a gente vê algum erro dentro do relacionamento dos nossos pais, a gente faz o possível para não errar igual.
E aí eu olho pro amor... ontem, ao completar 8 anos juntos, nos abraçamos no sofá e ficamos nos olhando. Cada um com seu pensamento looooonge, e eu pensei: caramba... um dia a gente se olha, se gosta, e como num piscar de olhos vamos ser pais. Pais do mesmo filho... um amor só, um só resultado.
E será que foi por isso que o relógio biológico ativou? Acho que sim.
Se o meu amor não tivesse aparecido, eu não teria tido esse desejo tão forte. Mais do que ser mãe, eu quis ser mãe de um filho dele.
Ele que pensa como eu em quase tudo. Ele que acha tão importante cuidar do planeta, cuidar das pessoas, cuidar dos animais. Gostamos das mesmas coisas, desgostamos igual.
Porque com ele eu sei que o filho que vier será bom. Será educado. Será cuidado. Será amado. Será um bom cidadão. E cuidará do mundo que nós cuidamos por ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário