Aí a gente pega o positivo, faz a primeira ultrassonografia, vê o bebezico, ouve o coração batendo e fica toda feliz.
Aí cada passada pelo espelho, uma viradinha de perfil para ver se já aparece uma barriguinha.
O dia que a calça jeans fecha com dificuldade é, pela primeira vez na vida, comemorado. A barriga tá crescendo!!!
Aí os amigos perguntam se a barriga tá grande, todo mundo põe a mão, e começa o incômodo. Sério... não é legal todo mundo botando a mão na sua barriga! Num dia, sua barriga é só sua. No outro, é território livre.
E como junto com a barriga, crescem também peitos e bunda, a gente dá uma trégua pra pança... aliás, no começo, barriga de gravidez só é linda pra quem sabe que você tá grávida. Porque todo mundo te olha de lado, e te acha uma bebedora de chopp desvairada... ou que você esqueceu o Activia por 3 semanas, né? Ou pior! Que abandonou por livre e espontânea vontade os exercícios abdominais e encarou um rodízio de pizza daqueles!
Aí um belo dia, você senta, a barriga salta, e você se sente gorda.
Depois de um tempo, desiste de lutar contra a natureza. E a barriga começa a ter vida própria. Movimentos tomam conta do interior daquilo que antes era você.
Agora a certeza é absoluta: Dois corpos podem, sim, ocupar o mesmo lugar no espaço. Viu, professor de física?
E aí todo mundo quer sentir. Mas na boa? O bebê é seu e do pai. E só. E você só quer que ele sinta antes de mais ninguém. Mas como falar isso com delicadeza? Tem como?
O dia que o pai sente os movimentos do bebê parece mais emocionante do que quando ele viu o sexo do herdeiro. Se o cara nunca chorou na sua frente, pode acreditar, ele vai desmaiar!
E depois que os movimentos se tornam mais frequentes, é um tal de coloca a mão daqui, "fala comigo" dali... E como todo bebê bonzinho, ele pára e a mãe fala: é só colocar a mão que ele pára de mexer!
Aí um belo dia, o peso pesa! E as pernas começam a sentir. Mas, em compensação, você fica oficialmente grávida. Você entra no elevador, seguram a porta. Você entra no ônibus, te oferecem lugar (às vezes, não acostuma!). Você vai numa festa, oferecem refrigerante e suco, em vez de cerveja, vodka ou vinho. Essa é a parte chata! Não poder mesmo beber é um saco. Mas é pela saúde do pequeno... a gente faz mais esse sacrifício.
Sejamos sinceras... desse dia - oficialmente grávida - em diante, seu maridón não te acha mais "aquela" mulher maravilhosa... você não entra mais no espartilho, meu bem... a meia 7/8 só serve pra destacar a barriguitcha, e ele te abraça e a mão dele vai direto pra barriga... corta clima total! Portanto, sejamos claras, sexo mesmo mesmo, não rola... é amorzinho bacana e fofo. Você não vai mais, tão cedo, ser aquele mulherão que ele conheceu.
E aí a barriga se mexe sozinha... inteira... e você passa a morrer de rir.
E essa é a parte mais gostosa.
Até o dia que o bebê chuta seu estômago, ou cabeceia sua bexiga, ou enfia o pezinho na costela. Ai, como dói.
E então a barriga começa a pesar de verdade verdadeira. Dóem pernas, dói coluna, dói virilha, dói baixo abdomen... Acaba-se o sossego na hora de dormir, você não tem mais posição e faz xixi de 40 em 40 minutos.
E é desse dia em diante que o super desejo de que a barriga cresça se transforma em uma vontade louca de arrancar a protuberância e transformá-la em uma mochilinha que você tira nas horas que bem entender e lhe convier.
Você passa, então, a andar como os pais do Happy Feet (o pinguim dançarino). Desengonçadamente linda! E não tem mais sapatos que lhe deixem confortável que descalçá-los.
Mas ainda existem os bons momentos com a barriga. Você chama uma atenção doida, e todo mundo pergunta pra quando é o bebê. Se é menino ou menina. Se já tem nome (oi? Alguém ignora esse passo tão importante?). De onde veio o nome. Se você tá ansiosa, se já terminou tudo... sempre as mesmas perguntas. E você sempre responde com um sorriso no rosto. Porque grávida é uma coisa que todo mundo ama. Momento lindo, né?
E você sabe que, nesse mês e pouco que falta pra grande chegada que vai mudar sua vida pra sempre, sua barriga ainda vai crescer.
E que no dia que de lá de dentro sair esse serzinho que você vai amar mais que à batida do seu coração ou à sua respiração, você vai pedir a Deus que sua barriga fique cheia de novo, e os movimentos voltem pra lá. Porque lá, você sabia, só você podia alimentar, acalentar e carregar seu pequeno.
Acho que é por isso que, apesar dos pesares, tanta gente quer engravidar de novo.
Passar por tudo de novo... sentir de novo essas mudanças delicadas - e outras nem tanto - que acontecem com o corpo e o guarda-roupas... E viver de novo o milagre que é ser mãe.
Nada como ser mãe!
amei o texto
ResponderExcluirmuito lindoo
:*