Sei que tô devendo a postagem sobre o parto, mas tá um parto normal e sem anestesia (ou no meu caso, uma cesárea muito da nervosa) para sair. Então eu prefiro tocar o blog e postar sobre esses dois meses de Diogo do lado de cá.
Eu desejei cada dedinho, cada pedacinho de unha, cada fio de cabelo, cada fralda suja, cada noite em claro. Cada grama desse corpinho foi desejado e amado por 39 semanas - e antes delas também. Eu já o amava antes de fazê-lo, e mais ainda antes dele nascer. Agora, o que existe, não pode ser chamado mais de amor. É maternidade.
Em dois meses muita coisa aconteceu. Ele mamou no peito todos os dias, no mínimo 7 vezes. Ele já pesa quase 5 quilos, e mede mais de 55cm. Aumentou meu trabalho doméstico como se morasse aqui um batalhão. É roupa pra lavar, roupa pra passar, banho de 2 a 3 vezes ao dia, mamar, dar colo... e fazer todo o resto de olho nele.
Ser mãe não é uma tarefa nada fácil, e às vezes eu penso se eu tenho mesmo capacidade de suportar toda essa responsabilidade, e se sou digna da confiança que Deus teve em me mandar um de seus anjos para eu cuidar. E mais: se sou capaz de corresponder a toda e qualquer necessidade de amor, cuidados e necessidades físicas que meu filho tenha.
Mas quando ele chora, e cala só de me ver; ou quando ele chora no colo de outro e silencia nos meus braços; ou quando ele treme e se aquece nos meus braços; quando se assusta e sente segurança comigo, eu sei que sou a pessoa mais importante na vida dele, e sei que não há ninguém mais capaz de suprir tudo que ele precisar.
Nesses dois meses eu:
- dei seu primeiro banho em casa, sem ninguém ajudando ou dando palpites;
- aprendi a dar banho de um jeito que ele não chore - ou chore menos;
- descobri que ele não gosta de secar a cabeça, então a deixo por último, depois de vestir;
- percebi que suas mãos cresceram, e com elas, a quantidade de "poeirinha" de roupa que fica entre os dedinhos;
- vi que também aumentaram as dobrinhas, e por isso a água da banheira agora fica cheia de poeirinha e bolotinhas de algodão das roupas e fraldas boiando;
- notei que os pés já não cabem nas meias de recém nascido, mas ainda estão pequenos para os sapatos;
- entendi que, para ele, arrotar é uma coisa necessária antes, durante e depois de cada mamada;
- tentei dar a chupeta indicada pela pediatra, mas ele tem ânsia de vômito e só gosta da MAM;
- mal consigo cortar suas unhas pois ele é forte o suficiente para arrancar as mãos das minhas, e por causa disso já tirei dois bifinhos de seus dedinhos - ai, que dó!!!;
- não consegui convencer o marido de que bebê não quebra e ele pode aprender a trocar fralda e dar banho para me ajudar - ele não quer nem tentar;
- ouvi vários agu, abu, aga, aca, uuuuu e éééééé, e ando ouvindo alguns sons de "m", "p" e "b";
- encontrei um jeito de fazê-lo ser mais paciente na troca de fraldas (caixinha de música salva minha vida) e de esperar eu fazer xixi e beber água antes de ele mamar (sento ele na cama, apoiado por mil travesseiros, de frente pra tv e ele fica rindo);
- notei que seus sorrisos passaram de "automáticos" para "verdadeiros", e que a pessoa que mais arranca sorrisos e sons de risada de sua boca é a mamãe aqui!!!;
- dei bronca nas pessoas que seguram bebê balançando sem necessidade poque não o quero viciado em balanço, mas me pego eu mesma fazendo pequenos balanços com ele sobre meu corpo quando está difícil de adormecer ou acalmar (mas eu sou a mãe, eu posso!!!);
- vi meu pequeno me procurar pelos ambientes da casa, me encontrar e fixar os olhos em minhas mamas;
- ri muito com suas caras e bocas, seu sorriso no meio das mamadas, com seu jeito elétrico e com suas reações a movimentos mais bruscos como o levantar o bebê conforto;
- sorri com meu marido e minha mãe, ao perceber que ele os reconhece e os ama muito;
- passei raiva com seus choros de manha, com sua falta de paciência, com o meu sono atrasado, com sua mania de puxar os próprios cabelos e gritar de dor, com sua ncessidade excessiva de atenção;
- babei no jeitinho como ele acha a chupeta caída ao lado de sua boca e volta a dormir;
- me assustei com seus engasgos e reagi super rápido para que nada acontecesse, e depois desabei de desespero;
- passei noites em claro com suas cólicas de gases e me assustei com o barulho que ele faz quando solta puns;
- dormi péssimas noites com ele na minha cama, piores noites com ele no berço, e noites incríveis com ele dormindo por mais de 5 horas seguidas
- mesmo que a cada meia hora meus olhos abram em sobressaltos por causa de seus suspiros e mini-roncos ultra-sonoros;
- consegui em tempo recorde tirar a mamada da madrugada, mesmo que eu não tenha muito mérito nessa conquista, porque eu resisti à tentação de acordá-lo para mamar;
- me preocupei com a falta de cocô por um ou dois dias, e me espantei com a quantidade que saiu nos dias que seguiram;
- tirei centenas de fotos, postei várias na internet, e guardei muitas para mim;
- fui feliz, apesar do período de baby blues, porque, de verdade, esses olhos redondos, esses cabelos cheios e compridos, essas bochechas gordinhas, o nariz empinado e a boquinha de coração fazem um conjunto perfeito, harmônico e saudável, e meu filho é perfeito dentro de todos os defeitos e manias que ele vai desenvolver durante sua vida, e que ainda assim, ele vai ser a pessoa mais amada na face da terra.
Sou feliz sim, porque não tem nada melhor que poder suprir todas as necessidades de um pequeno sem precisar de muitos artifícios.