sábado, 2 de julho de 2011

As melhores dicas

Sempre me achei criativa, sim, mas sempre tenho as melhores ideias nas piores horas – aquelas em que não há um computador ou papel e caneta à mão (banho, supermercado, amamentando…).

Aí eu leio um post aqui, e a ideia emerge. Um artigo ali, e relembro o que tinha pensado em escrever.

A Denise Fraga, atriz querida e mãe de dois meninos, escreve pra revista Crescer. E na coluna dela escreveu sobre as dicas que pulam das bocas de ex-grávidas super experientes, mesmo que a experiência seja de SÓ UMA gravidez.

E eu, no alto da minha super experiência de mãe há 5 meses, e de 39 semanas de gravidez, tenho muito a “ensinar” às minhas amigas-mães-de-primeira-viagem.

É que não há livro, blog ou site que ensine tanto sobre bebês que ser mãe e ter amigas mães. Aprender na prática é muito bom. Então vamos pela ordem cronológica dos acontecimentos.

- turbilhão de emoções: mulher grávida é igual ou pior a uma mulher em tpm. Isso porque tpm dura uns 5 dias só. Pensa numa tpm que dura uns 3 meses, no mínimo. É o tempo que seu corpo convive com uma descarga hormonal tão absurda que seus neurônios ficam loucos – e mais loucos ficam os que convivem à sua volta. Você chora se cai um palito de fósforo riscado no chão, porque você vai ter de riscar outro e ainda pegar o queimado (e não usado) do chão. Absurdo. Ou é nesse período que você quer matar o seu marido porque ele fez o que sempre fez, como largar toalha em cima da cama ou sapato no meio do caminho (e vc nunca tinha reclamado). Isso, acredito, é efeito dessa coisa de ser mãe. Você começa a treinar com o pobre coitado. E ai dele se falar: nossa, por que você tá nervosa assim??? Morre.

- sono: pois é… nas primeiras 12 semanas seu corpo quer poupar aquele serzinho embrionário que você chama de bebê (eu chamava de girino, o bebê era meu.), e quer que você durma a maior parte do tempo para não correr risco de você decidir subir/descer uma escada e sofrer uma queda. Depois, nas últimas 12 semanas, vc fica no modo “poupando energia”.

- enjoos: é, minha amiga… nem todas têm, mas a maioria sim. Algum nível de enjoo sempre surge. Nem que seja da cara do chefe (eu tive, ui – abafa). Algumas enjoam do marido (ai, gentchi, enjoei dele não… às vezes queria matar, mas não enjoei), outras de temperos (como vive sem tempero?) e outras enjoam de tudo. Eu comecei enjoando de cheiro de perfume masculino. Mais uma vez, hormônios. Se eu já to prenhe (sou um bicho, lembra?), pra que eu quero um macho? Faz sentido. Mas pegar transporte público (cheio de homem, a começar pelo motorista e o cobrador) às 7h30 da manhã, sem ter conseguido tomar um café da manhã decente, era um sofrimento. Aí eu descobri o limão. E minha vida ganhou cor. O arco-íris ficou lindo, e não tava só no céu. Eu tomava limão o dia todo. Ótimo, porque além de ser uma fruta ácida (taí a responsabilidade no controle do enjoo, então vale laranja, abacaxi…), tem muita vitamina C, o que ajuda a fixar cálcio e ferro no organismo. Agarra o limão, minha filha.

- xixi: não conheço UMA grávida que não se mije no começo. Não tem dica nenhuma, só um conselho: paciência porque você vai ficar do quarto ao sexto mês mais tranquila. Depois piora de novo. (Se você for uma menina legal, e morar no estado de São Paulo, manda seu xixi pro Programa HCG)

- sede: consequência do xixi, causadora do xixi, mas não fique sem beber água; sem mais.

- pele: esqueça a cosmética, acredite na genética. Ponto. Se você sempre teve espinhas, elas vão piorar no começo. Depois melhoram e podem sumir. Mas se o problema é o medo de estrias, comece observando seu corpo. Se você tem umazinha sequer, não estresse, entregue para Deus, e relaxe. Elas vão aparecer na barriga, na bunda, no quadril e onde mais a pele esticar. Tive até na panturrilha (retive líquido SÓ nas pernas). Pode usar cremes, é bom massagear a barriga, o bebê curte. Mas não fique encanada achando que fez pouco. Se hidratar e consumir alimentos saudáveis e ricos em vitaminas A, C, D e E também pode ajudar. Mas é só. A genética, nesse caso, é primordial.

- pum: gases, peido, pum. Todo mundo peida. Já diz meu pai. “Até a Xuxa peida”, ele falava pra me irritar quando eu era criança. Mas é verdade. É natural. E grávida peida meeeeesmoooo!!! E não tem muito o que fazer. De novo, água é uma aliada. E fibras (saladas, integrais) acompanhados de mais água e sucos. E correr prum cantinho escondidinho pra soltar à vontade (mesmo que de noite, o edredom e o marido sejam bombardeados… rs). Caminhar ajuda a soltar também, mas certifique-se de que está numa praia deserta ou numa rua desabitada.

- informações: leia, se informe, pergunte. Pras amigas que têm filho, pergunte como foi a experiência delas. Pro médico, pergunte TUDO. Eu tinha um caderno e ia marcando ao longo do mês cada dúvida que surgia. Até coceira no pé (a Luíza do Potencial Gestante teve) é sintoma de gravidez, mas se vc tiver pressão alta pode ser algum problema circulatório. Então não custa mencionar tudo que houver de diferente. E leia tudo o que puder: sites, blogs (leia o meu, ok? E os ali do ladinho tb), livros. Pode ser que seu médico te dê um. Mas se ele não der, tem opções bem baratinhas escritas por ginecologistas renomados.

- coceira: ao contrário do que dizem, coçar não causa estrias. Estrias causam coceira. Então, se coçar, coce. Mas não use as unhas, tente usar as mãos abertas ou a bucha vegetal na hora do banho.

- seios: parece que você colocou silicone? Foi do dia pra noite, né? É… até uns 5 meses eles ficam assim, depois dão uma diminuída (ou será que a barriga que cresce tanto que parece que as tetas de vaca leiteira sumiram?), e voltam a encher quando o bebê nasce. Prepare os mamilos: se tiver como, tome 5 minutos de sol por dia nos seios, use bucha vegetal no banho e do sexto mês em diante use uma pomada pré-amamentação. E compre uma pomadinha pra quando o bebê nascer. Eu não usei a pomada pré, e me ferrei de verde e amarelo.

- costas: vão doer. E deve começar lá pelo 5º mês. Mas pode começar antes. Se o desconforto for demais, por volta do oitavo mês o médico pode liberar um corticóide. Eu não quis tomar por medo de engordar ainda mais.

- peso: você vai engordar. É fato. Mas se depois que o bebê nascer, você der o seio e ele mamar só de você, o peso vai embora rapidinho. Minha opinião: não pire em não comer as coisas que tem vontade porque engordam. Se tiver vontade, coma.

- desejos: desejo de grávida tem a ver com necessidade de nutrientes. Ponto. Isso é o que dizem os especialistas, e é verdade. Aí, alguns falam: se você tem vontade de comer chocolate, coma castanha do pará – a quantidade de selênio e zinco é maior na segunda opção, e a gordura é saudável. Mas pô! Quero chocolate! Então coma chocolate. Agora… não me venha dizer que teve vontade de comer pizza de tijolo, ou bombril com catchup que pra mim você tá querendo é chamar a atenção e tomar uma na cara. #prontofalei

- barriga: amiga, curta sua barriga. Ela vai sumir daí em poucos meses. Curta os movimentos suaves, os chutes e os pés fincados em lugares remotos do seu corpo. Às vezes pesa (use cinta pra sustentar), dói, às vezes não dá pra respirar, mas vai por mim: depois que o bebê sair, você vai desejar que ele estivesse lá ainda. Várias vezes. Até hoje (5 meses depois) eu tenho vontade de botar o Diogo de volta. Dá saudade de sentir os movimentos, dá vontade de ter ele lá porque ele não ficava doente, não tinha dor e não chorava (e eu dormia até a hora que eu queria, e não até 8h – quando ele acorda e começa a gargalhar. #AMO).

- planeje: planeje o parto (mas não faça como eu, esteja preparada para o que der e vier. Eu queria tanto o parto normal, que fui pra cesárea chorando), o que vai querer ou não que façam (leia sobre episiotomia, anestesia, analgesia, indução, rompimento de bolsa… tudo!), planeje a amamentação (se vai poder ficar por 6 meses ou mais com o bebê, se vai optar por aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, se vai poder amamentar no trabalho, essas coisas), planeje a mobília do quarto… eu comprei cômoda porque não tinha espaço no quarto para guarda-roupas. Aí optei por usá-la como trocador. Hoje troco na minha cama ou no berço.

- não diga “isso eu não vou fazer”: Eu falava: o Diogo vai dormir no quarto dele aos 3 meses. Comprei um berço desmontável para usar nos primeiros 3 meses, e ele habita meu quarto desde o nascimento, e é lá que o Diogo dorme. Mas ele dormiu no carrinho por 2 meses. Isso quando não dorme na minha cama. Eu falava: que mané colo, não pode ficar pegando no colo toda hora! E agora, se ele chora, eu corro e pego sim! Não fiz filho pra ficar no berço. Depois cresce, quer chão e não quer mais colo. E aí eu deprimo. Eu dizia: eu não sou dessas frescas que não querem que o bebê fique no colo dos outos. Sou sim. Odeio quando ele fica de colo em colo. Por um simples motivo: ele fica enjoado, cansado. Agora menos que quando era pitico (é que agora ele é grande, né?). E daqui pra frente, ele vai começar a decidir se quer ou não os colos alheios. Isso muito me agrada. Ontem foi mega antipático. Orgulho da mamãe.

- não compre loucamente: a gente fica tentada diante de tanta coisa linda. Acontece que você não sabe de que tamanho seu bebê vai nascer. Assim como pode ter menos de 3 quilos, pode ter 4 (né, Beca?). Por volta de 36 semanas você deve fazer uma ultrassonografia para se despedir das imagens disformes – tá bom, não é pra isso – e pra saber tamanho, peso e posição do bebê. Daí você já sabe que ele pode crescer mais um tanto (o médico vai falar, eu não lembro e varia de acordo com o tempo que falta pro parto), e já tem uma ideia de que tamanho de roupa levar pra maternidade. O Diogo usou RN por um bom tempo, já que saiu da maternidade pesando 2,855Kg. Já pensou se eu não tivesse comprado? Agora pensa pior: e se eu tivesse gastado os tubos em roupas RN e ele nascesse com 4 quilos? Pois é. O mesmo vale para fraldas. Tenha um pacote de RN e vá comprando conforme a necessidade. E se tiver alguma amiga/parente que teve bebê há pouco tempo, combine com ela de vocês racharem as contas e herde as roupinhas pro seu filho, assim como as fraldas que sobraram com o aumento de peso do antecedente.

- planeje as roupas: aja de acordo com a estação do ano em que o bebê vai chegar do lado de cá, porque não rola enrolar o pequeno numa manta de lã pra sair num calor de 42 graus (é… o Diogo se ferrou, coitado). Eu me programei comprando APENAS roupas frescas. Ganhei MUITA coisa da minha prima, que teve bebê no inverno, e as pessoas sempre dão roupas de mangas longas. Então separei tudo por temperatura e ele só usou roupinha de manga mesmo no hospital, com o ar ligado. Pra sair, foi manga curta e bermudinha. Em casa ficava só de fralda mesmo, tadinho.

- converse com o marido e a família: é muito importante expôr seus medos e sentimentos, perguntar o que fazer, dizer o que quer, pedir ajuda. Se você está cansada, e não quer cozinhar hoje, seu companheiro precisa entender e pode correr ao supermercado para comprar algo leve e pronto. Ou ir a uma casa de sucos e trazer um lanchinho natural. Ou até te levar para jantar, o que é muito bom pra manter a conexão. Não hesite em pedir para sua mãe ou sogra (eu não pedia nada pra minha sogra, falar é fácil) vir lavar uma loucinha, ou pendurar a roupa no varal. Vale também – e principalmente – para depois do parto. Não há mulher que tenha forças na primeira semana depois de horas em claro e amamentando.

- peça pinico: não no sentido literal. Eu cheguei do hospital tão exausta, mas tão exausta, que no dia seguinte minha mãe estava passando roupa e o Diogo tinha dormido e eu aproveitei pra descansar. Morri. Minha mãe disse que eu até ronquei – e acordei o cara, que chorou assustado, tadinho. Daí pra frente, é assim: sempre que estou muito cansada, e tem alguém (minha mãe, geralmente; brigada, mãe!) pra me ajudar com ele, peço pra ficarem com ele e caio na cama. Nem que seja meia hora. Mas é melhor meia hora despreocupada que 3 horas tensas.

- curta muito: cada minuto seu com o bebê ou com a barriga é muito importante. Tenha em mente que nada volta atrás, que não se faz 15 anos duas vezes, e nenhuma idade é repetida. Se seu filho sorrir, tente fotografar. Se ele andar, tente filmar. Guarde cada lembrança como se fosse ouro, porque passa e você depois não vai lembrar de nada direito. Se puder, encare fazer um blog ou um diário. Isso vai ser legal para quando ele crescer.

Acho que é isso, muierada. Adoro dividir um pouco das minhas experiências aqui. É claro que nem tudo serve para todas, mas eu acho que fui bem genérica e expliquei: são minhas experiências. Cada uma vivencia a maternidade de uma maneira diferente.

Espero que tenha sido útil. Beijos

6 comentários:

  1. Raquel, esse post é mega irado. Adorei ser citada e nooooooossa, é exatamente como vc descreveu. Vou mandar para duas amigas gravidinhas verem que não era exagero meu hahahahahaha
    mil beijossssssss

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  2. Olá Raquel! Amei seu post! Sou uma das gravidinhas que a Beca mencionou, tô com 9 semanas. Tô tão tranquila, o baby também. Sem grandes enjôos, mas com um sono... meu marido diz que tô batendo na cama e já roncando... rsrsrs Racha a minha cara!
    Adorei cada tópico!
    Um abraço!

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  3. Parabéns pelo post Raquel!!!
    Vc está certíssima em tudo o que disse, tenho duas filhas e passei por cada uma dessas coisas.
    bjs

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  4. Bacaníssimo seu post! Vi na rede mulher e mãe e entrei aqui para conferir. Toda grávida/mãe tem experiências parecidas mas extrai de maneira muito particular todas elas mesmo!
    Prazer em conhecer seu blog, vou segui-lo.
    Abraço

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