quinta-feira, 26 de maio de 2011

Há quase um ano, uma carta de amor

Há quase um ano escrevi essa carta de amor ao meu bebê. Não tinha sexo. Só um esboço de coração batendo na minha barriga.

Não tinha nome. Não tinha ideia de como seria passar nove meses grávida. E se eu soubesse que seria tão bom… ah, que saudades desses dias de medo por ele, desses dias de cuidados…

Mas, pensando bem, esses dias não passaram. E não vão passar nunquinha!!!

 

8/6/2010

Você começou a crescer dentro de mim. A certeza eu já tinha. Mas precisava de mais que esse sentimento para comprovar, e provar pra todo mundo. Precisava de um papelzinho, com uma palavra que me tirou um sorriso enorme! “Reagente”.

Reagente... uma reação química, a um agente biológico. Você.

Você chegou no mês que eu queria que viesse. Foi meu presente de aniversário mais bem planejado e bem feito pro seu pai. E esse presente, tão pequenininho, foi tão grande que abraçou a família. Os amigos. Os colegas de trabalho e de faculdade dos dois. E até a Giovanna, que não é de sangue sua prima, mas que vai ajudar a cuidar de você. E seu primo de sangue, Vitor Hugo, que chorou de emoção quando a vovó Yara falou que ele é sim seu primo.

Mas nenhum choro é como o que eu derramei, e derramo, ao saber da sua existência.

Você vem com força. E como força. Pra mim, pro seu pai, pra família. Força pra sua mãe lutar, bebê. Força para ser mais forte, mais saudável, mais comprometida com a saúde. Se hoje eu como, é para alimentar seu corpo, pra você ser saudável e crescer direitinho. Se eu saio para caminhar, se eu durmo melhor e se eu não estou comendo nem bebendo “porcaria” – um dia você vai entender o que é porcaria -, é para ter você saudável dentro de mim. E fora de mim.

Seu pai, aquele durão, sério, trabalhador e responsável. Durão só pros outros. Eu o conheço do avesso. Sei quando algo incomoda. Sei quando está triste, feliz, nervoso, aprontando. Sei quando ele chora escondido, e sei quando vai chorar só pra mim. Mas falar de você fez seu pai chorar. Pai. Sempre soube que ele seria pai, um bom pai. Mas... imaginar ele pai vai tão além desse momento. Ele quer você. Coloca a mão sobre sua casinha, meu ventre, e me pergunta se eu já te sinto crescer. Se eu não sinto nada, nadinha, nem uma bolinha crescendo.

E é o que você é ainda. Uma bolinha.

E como pode uma coisinha tão pequenininha causar tantas mudanças num corpo que é tantas vezes maior que o seu? São azias quase diárias, quase o dia inteiro, cansaço nas pernas, sono, fome, sede, vontade louca de fazer xixi. Nada insuportável. Nada que eu não conviva bem.

O mais engraçado é ver você crescer, não na minha barriga, mas em meus seios. Seu alimento vem vindo, vem crescendo dentro de mim. Junto com você. Eu, que sempre quis seios grandes, dizia: vou esperar meus filhos crescerem, porque eles vão trazer muito volume pra cá. Hoje, em tão pouco tempo, já mal cabem nos sutiãs. Eles estão apertados e machucam um pouco, mas isso não me aborrece, como antes aborreceria. Hoje me deixa feliz.

Ao mesmo tempo que quero te ver logo, ter você no meu colo, quero que você passe o maior tempo possível aí dentro. Assim, sei que tudo que acontecer com você aconteceu comigo antes. Seja pro bem ou pro mal. Mas não quero nada de mal para você, então olho bem a rua antes de atravessar, mesmo que esses hormônios me desconcentrem. Olho pro chão antes de pisar, olho o copo antes de beber água.

Mas quero você aqui. Te amamentar, acarinhar, abraçar, sentir teu cheiro, ouvir seu choro, seus resmungos e risinhos. Quero até a parte chata. As noites em claro (sei que você vai ser muito bonzinho ou boazinha, e vai me dar bastante sossego), os cocos, xixis, choros estridentes.

Mas sei que esse dia vai chegar, e não vai demorar muito pra isso. Estamos em junho, e quando você crescer vai ver. Chegam as festas juninas, passa o aniversário da vovó Yara, começa a primavera – e os espirros da mamãe e do papai – e aí o ano acaba rapidinho! E quando o ano acabar, você estará quase aqui. Vou passar o Natal mais feliz da minha vida, com você dentro de mim. E o verão mais bonito. Com você em meus braços.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Deu certo!

E o lance do banho de balde parece ter dado certo.

Ontem foi dia de supermercado, não tinha como adiar. Aquele frio… Mas, depois de uma super cagada que vazou uma fralda noturna e me obrigou a dar um banho correndo nele, lá fui eu com o pimpolho e minha mãe, porque marido ficou em casa trabalhando. É, né?

Diogo deu um pitizinho de fome e outro de sono, mas nada demais. Rolou um “mamaço” no café do mercado e ninguém veio falar nada… rs

Comprei janta no shopping, viemos pra casa, e ele quietinho. Coloquei no carrinho, do meu lado na cozinha, e ele me deixou jantar com o papai numa boa! Lindo de morrer, esse meu filho. Não posso reclamar, gente, ele é muito bonzinho!!!!

Devia estar com fome de verdade, e sono… mas aguentou firme lá.

Aí eu catei o bichinho, botei no balde (gente, a alça é rosa, mas fazerukê se eu não achei com alça azul? Vou comprar um tummy tub de verdade logo logo), e a vida ficou linda. Como ele adora. Ele canta, ele dança, ele acha que tá de volta na barriga e leva o pé até a testa… ô coisa deliciosa de se ver…

Dado o banho foi só botar roupinha limpinha, dar tetê e puff… cabô Diogo.

Daí que a mãe ficou com dó de tirar do quentinho e deixou na cama, e dormiu torta de novo… mas isso foi só um detalhe!

Pq? Pq o gatinho da mamãe só acordou pra mamar às 2h! E não acordou mais até o telefone tocar às 7h40. Isso é hora de acordar dois trabalhadores? hauhauahuahua

Bom… O filho da mãe acordou de bom humor, pra variar. Lindo, de carinha inchada, e como o telefonema foi para eu ir lá abrir o portão pro meu sogro, não deu tempo de tirar foto dele acordando. Já mamou e dormiu de novo (santa fralda noturna – 12 horas de sossego).

Olhem se a pessoa gosta ou não de banho de balde e me falem: tem falta de sono que essa cara linda não cure?

 

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Desconsidere a alça rosa – isso é um menino!!!!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Outro pico? Ah, não!!!

Diogo entrou em outro pico de crescimento. Certeza.

Mas o mês não tá nem perto de acabar!!! Pois é, mas ele não tem calendário e não sabe que só deveria entrar em outro pico daqui a uns 10 dias. Fazerukê?

Fazerusseguinte: Acordar duas noites seguidas para dar mamá perto de 3h, coisa que eu não fazia há quase 10 semanas. É. Depois dar mamá às 5h, às 7h, às 9h… ui.

Hoje a coisa vai mudar. Ele vai tomar banho de tarde. Não tomou às 8h. Depois, vai ser banho de balde umas 22h30, mamá e cama. Se der certo, manterei o ritmo. Porque eu não aguento não, mopai.

O mais duro de tudo é que nessa hora que ele quer mamar, eu tô tão funhanhada de sono, que não consigo ficar sentada. Aí tô dando o peito deitada na minha cama, com ele do meu lado… aí o fí da mãe dorme depois de mamar um peito só. Logo, a fome chega mais cedo. Aí, lá vou eu dar o outro peito pro cara. Pra “facilitar” minha vida, ele fica na cama comigo. E, como eu tenho MOITO medo do marido rolar pra cima dele, ele fica do MEU lado da cama. E, claro… eu não durmo mais. Fico torta, com dor no corpo.

Mas a minha fé é que seja outro pico… e que depois dele venham as novidades. E provavelmente, entre essas novidades está a rolagem de tronco (ai, meudeus) e ele pegar a chupeta pra colocar de volta na boca, o que pode salvar um pouco meu momento de banho, passar roupa ou fazer comida – já que sou obrigada a interrompê-los para colocar o bico de volta na boca da cria.

Se não for um pico de crescimento, aí fufu… pq, gente… eu tava tão feliz que não precisava acordar mais de madrugada. Ai ai…

Agora tá lá o corpo estendido no berço. E eu aqui, com olheiras (eu NUNCA tive olheiras), cabelo ensebado e sem forças nas pernas.

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Olha a coisa mais linda: dormindo segurando a própria mão. Eu morro!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Não encosta!

Ontem fui ao mercado e o véio dono do comércio veio mexer com o Diogo. Minha espinha esfriou, arrepiei, passei pelo momento nojo, depois momento raiva... e depois senti pena.
Tadinho, era por carinho, eu sei.
Mas po... as pessoas não lembram que não se mexe em um bebê com a mão suja?
Não é suja tipo "selecionei batata" ou "li jornal", é suja tipo "não lavei antes de pegar no bebê".
Gente, mínimo de higiene, né?
Eu que sou a mãe ando com álcool gel pra cima e pra baixo. Peguei alguma coisa na prateleira, antes de botar a chupeta de volta na boca dele ou mesmo de arrumar a meia, eu passo o bendito desinfetante.
Não pense que eu sou exagerada, do tipo que ferve a roupa, passa fralda a ferro, ou esteriliza todos os brinquedos. Sou não. Sou até que bem desencanada. A Trudy lambe a cara dele (contra minha vontade) e eu não saio louca pra lavar. Boto a mão dele na cabeça dela pra ela achar que ganhou carinho. Se a chupeta cair dentro de casa, passa só na água filtrada. Sem essa de água fervendo em tudo. Resultado disso? Diogo tem 3 meses, nenhum resfriado, nenhuma diarreia, nenhum sapinho, nem crise alérgica - apesar da mãe e do pai serem os mais alérgicos do mundo.
Mas pensa: o cara tá lá no mercado, mexe em papel de entrega, notas fiscais, confere encomenda, mexe em mercadoria e, o pior, em dinheiro. ECA!!!
Quer falar com a criança? Beleza (desde que não babe, tudo ok)!
Quer mexer no sapato? Vá lá.
Quer fazer cosquinha no pé? Por enquanto, checagem ok. Depois que ele começar a comer o pé e o sapato, não vai dar mais.
Mas mexer na mão (que vive na boca) ou no rosto? Não dá, meu amigo...
Mas aí, né? Ele é velhinho, é fofo e carinhoso. E como falta gente boazinha nesse mundo, e sobra gente grossa (a nora/filha dele é uma), a gente deixa passar... e chega em casa e enfia o menino no banho!
Mas que dá uma vontade de fazer uma camiseta pro baby escrito "não me pega que eu não sou corrimão", ah dá!!!!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Mamaço (mais que) coletivo


Outro dia uma panaca/pudica/recalcada, que nem merece ser linkada aqui, postou num blog que acha feio/ridículo/nojento/bizarro (não lembro a palavra) a mãe puxar o peito pra fora da blusa em público e dar ao filho.
Rolou uma super discussão sobre o assunto no Twitter. Depois a discussão tomou o Facebook - e o grupo de mães blogueiras se revoltou.
Uns diazinhos depois, rolou prisão nos "States" porque uma mãe amamentou seu bebê. Acusação: ato obsceno em público. Hã?
Semana passada, a bomba foi brasileira. Como assim? Assim: a mãe tava vendo uma exposição no Itaú Cultural (já fui em uma lá, e nem as orientadoras são bem preparadas e não explicam as instalações), na Paulista, e o bebê quis mamar. Até aí, normal. Eu amamentei na Hering toda bela e folgada e ninguém falou nada. Ela começou a alimentar o bebê e foi interrompida pela segurança. A desculpa: não pode comer na área de exposição. Como assim²? Desde quando amamentação é comer? Desde quando amamentação gera resíduos como lixo, migalhas e melecas (tá deixa, mas na blusa da mãe)?
Pois é...
Revoltadas e unidas, mães paulistas irão até lá hoje, daqui a pouquinho, para fazer um mamaço coletivo. O responsável pelo Itaú Cultural liberou o evento e deu seu apoio - e já providenciou uma nova orientação aos funcionários. Não é proibido amamentar ali, mas as mães que preferirem podem usar a enfermaria dos Bombeiros, que fica uns lances de escada acima. Aham, sobe vários degraus com um bebê de 6 quilos (ou mais, né Beca?) chorando de fome.
Aí hoje eu fico sabendo que uma das mães do face foi impedida de publicar uma foto sua amamentando porque é nudez, e o facebook é uma instituição de família. Uh, super!!!
Gente bebendo pode postar foto lá com garrafas e drinks que tudo bem. Mas uma foto de uma mãe fazendo pelo seu filho a coisa mais importante que existe nessa fase, não pode??? Senta lá, facebook.
Por isso, de hoje até dia 20, todas usaremos fotos amamentando para ilustrar nossos perfis. E dane-se quem achar que é pornográfico.
Eu amamento meu filho no meio de homens e mulheres, não tenho o menor problema. Se alguém achar feio/bizarro/nojento/repugnante/repulsivo, a porta da rua é serventia da casa. Afinal, incomodados que se mudem.
Beijo e tchau

sábado, 7 de maio de 2011

Ser mãe é viver feliz no purgatório


Sem essa de "ser mãe é padecer no paraíso". Tem nada de paraíso não. Mas também tem nada de padecer.
Purgatório é aquele lugar por onde você passa para aprender, para superar e para se aprimorar.
E é assim que é a vida de mãe. Aprendendo, superando e aprimorando a cada dia... e sempre com um "puta" sorrriso no rosto.
Você acorda de madrugada, coisa que faria com um mau humor daqueles, e olha sorrindo pro seu bebê (seja ele recém nascido ou um bebê de 20 anos) pelo simples fato de ele estar vivo.
Antes de dormir, em vez de rezar pedindo qualquer coisa para você, você esquece que é uma pessoa, e pede saúde pro seu filho e agradece por mais um dia feliz e sem problemas.
Você relembra musiquinhas chaaaatas de criança, e canta, alegre e contente durante trocas de fralda, banhos e brincadeiras.
Olha pro prato de comida, com a boca cheia d'água, e larga pra atender o chorinho do pequeno. E ainda fica feliz por não comer porque vai, finalmente, conseguir perder aqueles quilinhos que sobraram depois do parto.
Você acha lindo um arroto de 2 segundos, elogia um peido sonoro e comemora uma fralda cagada como comemorou o tetracampeonato da Seleção Canarinho.
Se acorda de manhã e percebe que o bebê não chorou pra mamar às 5h, começa a preocupar... será que tá tudo bem? Tá respirando? Tá fraquinho? Tá doente?
Mas logo em seguida escuta os "gemidinhos" e vê os bracinhos espreguiçando. O bom dia gera um super sorriso banguela, e seu sono matinal passa, seus olhos desgrudam e tudo fica mais lindo.
A hora do banho é terrível para a coluna, mas é gratificante ver seu nenê brincando contente com a água morna e poder enfiar o nariz no pescocinho cheiroso.
Qual a mãe que, depois do banho, nunca tomou uma xixizada barriga abaixo? Isso quando o meninão não faz xixi pra cima e molha a cara da coitada. Mas, quem liga?
Amamentar não é tão tranquilo quanto parece nas fotografias. As primeiras semanas são penosas. A adaptação mãe-bebê demora, dói, esfola. Mas é essa adaptação que garantirá um bebê saudável e uma criança feliz.
Pra quem, como eu, acha rotina um saco, ter um filho ligado em tudo no mesmo horário, e que chora porque tá na hora de tomar banho ou de passear pode ser complicado. Mas mesmo assim você chora de felicidade.
E nesse dia das mães, eu só posso agradecer.
Agradecer a Deus.
Por poder gerar um filho saudável e lindo.
Por ter seios que se enchem de leite e alimentam meu bebê, sem precisar de mamadeira de nada para ele crescer e ganhar peso saudavelmente.
Por ter olhos para vê-lo, ouvidos para ouvi-lo, boca para beijá-lo, nariz para cheirá-lo, braços e mãos para poder carregá-lo, embalar e fazer várias coisas chatas para muita gente, pernas e pés para correr sempre que ele me chamar.
Por ter uma casa segura e uma família estável financeira e psicologicamente, que vive em harmonia e pode dar uma infância tranquila para ele.
Por poder transmitir a ele meus conhecimentos e oferecer ferramentas para que ele busque conhecer ainda mais - e possa, um dia, me ensinar também.
Por ser jovem o suficiente para ainda saber brincar, e ter idade suficiente para saber ser rígida nas horas que precisar.
Enfim... não peço nada além de saúde. Para mim, para ele, para o papai dele. Para que nós três possamos nos tornar um dia quatro. E para podermos, juntos, viver uma linda história juntos.
Feliz Dia das Mães.